Introdução
A origem da vida é um dos enigmas mais fascinantes e complexos da ciência. Como surgiu a vida na Terra? Essa pergunta intrigou filósofos, cientistas e curiosos ao longo da história. O estudo da origem da vida, também conhecido como abiogênese, busca desvendar os processos e eventos que levaram ao surgimento dos primeiros seres vivos em nosso planeta.
Compreender a origem da vida é fundamental para entendermos a história e a diversidade dos organismos que habitam a Terra. Embora não tenhamos uma resposta definitiva para essa questão, a ciência tem explorado diversas teorias e hipóteses para investigar as possíveis origens da vida.
Uma das teorias mais aceitas atualmente é a da evolução química, que sugere que a vida pode ter se originado a partir de reações químicas complexas que ocorreram na Terra primitiva. Nesse cenário, compostos orgânicos simples se formaram a partir de moléculas inorgânicas e, ao longo do tempo, esses compostos se tornaram mais complexos, até que surgiram as primeiras moléculas auto-replicantes, precursoras dos seres vivos.
Experimentos em laboratório têm demonstrado que é possível obter compostos orgânicos essenciais à vida, como aminoácidos e nucleotídeos, a partir de condições simulando as atmosferas e os ambientes da Terra primitiva. Essas evidências experimentais apoiam a ideia de que a evolução química foi um passo importante na trajetória rumo ao surgimento da vida.
Outra linha de pesquisa envolve a busca por evidências de vida em outros planetas e luas do nosso sistema solar, assim como em exoplanetas. A descoberta de moléculas orgânicas em meteoritos e a possibilidade de existência de água líquida em outros corpos celestes têm alimentado a esperança de encontrar sinais de vida além da Terra.
Além disso, a descoberta de microrganismos extremófilos, capazes de sobreviver em ambientes extremos, como fontes hidrotermais e regiões árticas, tem levantado questões sobre as condições necessárias para o surgimento e a sobrevivência da vida.
O estudo da origem da vida envolve diversas disciplinas científicas, como a biologia, a química, a física e a geologia. Os cientistas utilizam modelos computacionais, experimentos laboratoriais e análises de fósseis e vestígios geológicos para tentar reconstruir os eventos que ocorreram bilhões de anos atrás.
Embora a origem da vida ainda seja um mistério em grande parte, a pesquisa nessa área continua avançando, impulsionada pela curiosidade humana e pelo desejo de desvendar um dos maiores enigmas da existência. Cada nova descoberta e avanço científico nos aproxima um pouco mais de entendermos nossas origens e o papel que desempenhamos no vasto panorama do universo.
Abiogênese versus biogênese
A controvérsia histórica entre abiogênese e biogênese diz respeito à origem da vida e se ela pode surgir espontaneamente (abiogênese) ou se requer a presença de organismos vivos preexistentes (biogênese). Essa discussão desempenhou um papel significativo na compreensão científica da origem da vida ao longo dos séculos.
A abiogênese, também conhecida como geração espontânea, era uma ideia amplamente aceita na antiguidade e na Idade Média. Ela sustentava que seres vivos poderiam surgir de matéria inanimada, como lama, palha ou carne em decomposição. Por exemplo, acreditava-se que ratos podiam se formar a partir de grãos de trigo ou vermes surgiam da carne apodrecida. Essa concepção era influenciada por observações superficiais e falta de métodos científicos rigorosos para investigar a origem da vida.
A biogênese, por outro lado, afirma que a vida se origina apenas de organismos vivos preexistentes. Essa visão começou a ganhar força no século XVII, com os experimentos pioneiros de cientistas como Francesco Redi e Louis Pasteur. Esses pesquisadores realizaram experimentos cuidadosamente controlados para refutar a abiogênese. Por exemplo, Redi demonstrou que larvas de mosca não surgiam espontaneamente em carne em decomposição, mas sim a partir de ovos de moscas que haviam sido colocados ali. Pasteur, por sua vez, realizou experimentos que mostraram que a exposição de caldos nutritivos a um ambiente livre de microrganismos resultava na ausência de crescimento bacteriano.
Essas evidências experimentais gradualmente derrubaram a ideia da abiogênese e estabeleceram a biogênese como a explicação mais plausível para a origem da vida. A teoria da biogênese é apoiada por uma vasta quantidade de evidências científicas, incluindo a observação de que todos os seres vivos conhecidos se originam a partir de organismos vivos preexistentes, além de estudos detalhados sobre a reprodução e a genética dos seres vivos.
No entanto, é importante ressaltar que a abiogênese não deve ser confundida com a ideia de evolução química, que se refere à formação dos primeiros compostos orgânicos e moléculas complexas que eventualmente levaram ao surgimento da vida. A evolução química é um campo de pesquisa em constante progresso, que busca compreender como as moléculas biológicas podem ter se formado em condições pré-bióticas na Terra primitiva.
Condições pré-bióticas
As condições pré-bióticas da Terra primitiva são de grande interesse para o estudo da origem da vida. Acredita-se que a atmosfera, os oceanos, as fontes hidrotermais e a presença de compostos orgânicos simples tenham desempenhado um papel crucial no surgimento dos primeiros seres vivos.
A atmosfera primitiva da Terra era significativamente diferente da atual. Composta principalmente por gases como metano (CH₄), amônia (NH₃), vapor d'água (H₂O) e dióxido de carbono (CO₂), essa atmosfera era rica em compostos químicos que poderiam ter fornecido as matérias-primas necessárias para a formação da vida.
Experimentos clássicos conduzidos por Stanley Miller e Harold Urey na década de 1950 simularam as condições atmosféricas da Terra primitiva em um aparato de laboratório, expondo gases como metano, amônia e hidrogênio a descargas elétricas simulando raios. Esse experimento resultou na produção de aminoácidos, os blocos construtores das proteínas, sugerindo que as condições atmosféricas antigas eram favoráveis à síntese de compostos orgânicos essenciais à vida.
Além disso, as águas primitivas da Terra desempenharam um papel fundamental. Os oceanos antigos continham uma grande variedade de substâncias químicas, incluindo íons e compostos orgânicos dissolvidos. Em condições adequadas, reações químicas poderiam ocorrer nessas águas, levando à formação de moléculas orgânicas complexas.
As fontes hidrotermais submarinas são outro ambiente relevante para o estudo das condições pré-bióticas. Essas fontes são caracterizadas por águas aquecidas e ricas em minerais provenientes de atividades vulcânicas. Elas fornecem condições químicas favoráveis, como altas temperaturas e pressões, além de minerais catalisadores, que podem ter desempenhado um papel importante na formação de compostos orgânicos complexos.
A presença de compostos orgânicos simples, como aminoácidos e nucleotídeos, também é crucial para a compreensão das condições pré-bióticas. Essas moléculas podem ter se formado por meio de reações químicas nas condições presentes na Terra primitiva, como a combinação de compostos inorgânicos e a ação de fontes de energia, como raios, radiação ultravioleta e calor.
Estudar as condições químicas e ambientais da Terra primitiva é fundamental para reconstruir os cenários plausíveis para a origem da vida. Embora ainda haja muito a ser descoberto e compreendido, as pesquisas nessas áreas têm fornecido evidências convincentes de que as condições pré-bióticas eram propícias à formação de compostos orgânicos e à eventual emergência da vida na Terra.
Experimento de Miller-Urey
O Experimento de Miller-Urey é um experimento clássico realizado em 1953 pelos cientistas Stanley Miller e Harold Urey, que simularam as condições pré-bióticas da Terra primitiva para investigar a origem da vida. O experimento foi projetado para testar a hipótese de que as moléculas orgânicas, como aminoácidos, componentes básicos das proteínas, poderiam ser formadas a partir de compostos inorgânicos simples em um ambiente semelhante ao da Terra primitiva.
O experimento de Miller-Urey envolveu a criação de um aparato experimental que simulava a atmosfera da Terra primitiva. A atmosfera consistia em uma mistura de gases, incluindo metano (CH4), amônia (NH3), hidrogênio (H2) e água (H2O). Esses gases foram colocados em um sistema fechado, representando a atmosfera primitiva, e foram submetidos a descargas elétricas para simular a atividade de raios e relâmpagos, que eram comuns na Terra primitiva.
À medida que as descargas elétricas eram aplicadas à mistura gasosa, ocorriam reações químicas. Após uma semana de operação do experimento, Miller e Urey analisaram os produtos resultantes. Para sua surpresa, eles encontraram a formação de vários aminoácidos, incluindo alguns dos aminoácidos mais comuns encontrados nos organismos vivos.
Essa descoberta foi significativa porque os aminoácidos são os blocos de construção das proteínas, que desempenham um papel crucial nos sistemas biológicos. A formação de aminoácidos em um ambiente simulado da Terra primitiva sugeriu que as condições daquela época poderiam ter sido propícias para a formação de moléculas orgânicas essenciais para a vida.
Desde então, o experimento de Miller-Urey inspirou uma série de pesquisas sobre a origem da vida e a química pré-biótica. Embora algumas das suposições iniciais do experimento tenham sido revisadas ao longo do tempo, e a atmosfera da Terra primitiva seja objeto de debate, o experimento ainda é considerado um marco importante na compreensão dos processos químicos que podem ter levado ao surgimento da vida na Terra.
Hipótese do mundo de RNA
A hipótese do mundo de RNA, também conhecida como a hipótese do mundo RNA, é uma teoria que propõe que a vida primitiva na Terra poderia ter sido baseada em moléculas de RNA (ácido ribonucleico) autorreplicantes, em vez de depender do DNA (ácido desoxirribonucleico) e das proteínas como ocorre nos organismos modernos.
O RNA desempenha um papel fundamental na biologia atual como um intermediário entre o DNA e as proteínas. Ele possui a capacidade de armazenar informações genéticas, transmiti-las e catalisar reações químicas. A hipótese do mundo de RNA sugere que, nas etapas iniciais da evolução, o RNA pode ter desempenhado tanto a função de armazenamento de informações genéticas quanto a de catalisador químico.
Segundo essa hipótese, os primeiros sistemas de vida poderiam ter consistido em moléculas de RNA capazes de autorreplicação. Isso significa que o RNA primitivo poderia ter sido capaz de copiar-se a si mesmo, usando suas propriedades catalíticas para catalisar a formação de novas moléculas de RNA a partir de seus próprios componentes.
Um importante experimento que deu suporte à hipótese do mundo de RNA foi conduzido por Thomas Cech e Sidney Altman, que receberam o Prêmio Nobel de Química em 1989 por suas descobertas. Eles demonstraram que o RNA possui atividade catalítica, conhecida como ribozima, o que sugere que ele pode agir como um catalisador químico sem a necessidade de enzimas proteicas.
A hipótese do mundo de RNA também é apoiada pelo fato de que o RNA pode atuar como um gene, armazenando informações genéticas, e também como um catalisador, desempenhando funções enzimáticas. Isso levou à ideia de que o RNA poderia ter sido o precursor do sistema genético atual, em que o DNA armazena informações e as proteínas desempenham funções catalíticas.
No entanto, é importante destacar que a hipótese do mundo de RNA não exclui a possibilidade de outras moléculas terem desempenhado um papel importante na origem da vida. Há evidências de que outras moléculas, como os peptídeos, também podem ter tido um papel significativo na evolução inicial dos sistemas biológicos.
Origem dos primeiros organismos
A origem dos primeiros organismos é um campo de estudo fascinante e complexo conhecido como origem da vida ou abiogênese. Existem várias teorias sobre como os primeiros seres vivos poderiam ter surgido a partir de sistemas autorreplicantes. Vou apresentar algumas delas:
1. Evolução química: Esta teoria propõe que os primeiros organismos surgiram gradualmente por meio de reações químicas complexas em um ambiente propício. Nesse cenário, compostos químicos simples presentes na Terra primitiva, como aminoácidos, nucleotídeos e açúcares, reagiram entre si, formando moléculas mais complexas. Essas moléculas eventualmente evoluíram para sistemas autorreplicantes, como o RNA autorreplicante, que poderiam ter sido os primeiros sistemas genéticos e catalíticos da vida.
2. Teoria de coacervados de Oparin: Proposta por Aleksandr Oparin na década de 1920, essa teoria sugere que os primeiros seres vivos surgiram a partir de agregados de moléculas orgânicas chamados coacervados. Os coacervados são formados quando moléculas orgânicas se concentram em uma fase líquida separada do ambiente externo. Essas estruturas poderiam ter fornecido um ambiente protegido onde reações químicas ocorreriam e sistemas autorreplicantes poderiam se formar.
3. Bolhas lipídicas de membrana: Essa teoria, proposta por Sidney Fox na década de 1960, sugere que as primeiras formas de vida surgiram em bolhas lipídicas, conhecidas como lipossomos. Os lipossomos são formados pela organização espontânea de moléculas lipídicas em uma membrana esférica, com uma cavidade interna isolada do ambiente externo. Essas bolhas lipídicas poderiam ter fornecido um ambiente propício para a formação de sistemas autorreplicantes e reações químicas essenciais para a vida.
4. Hipótese do mundo de RNA: Como mencionado anteriormente, essa hipótese propõe que o RNA autorreplicante desempenhou um papel central na origem da vida. Acredita-se que os sistemas de RNA autorreplicantes tenham surgido como os primeiros sistemas genéticos e catalíticos. Com o tempo, esses sistemas de RNA podem ter evoluído para sistemas mais complexos envolvendo o DNA e as proteínas.
Ressaltando ainda que essas teorias não são mutuamente exclusivas, e é possível que vários processos tenham ocorrido em conjunto durante a origem da vida. A pesquisa nessa área continua em andamento, com experimentos laboratoriais e modelos computacionais buscando reproduzir as condições da Terra primitiva para entender melhor os processos que levaram ao surgimento dos primeiros organismos.
Fósseis e evidências de vida antiga
A análise de fósseis e vestígios de vida antiga é uma importante linha de evidência para entender os primeiros organismos e seus ambientes. Aqui estão algumas das principais formas de evidências usadas nessa área de pesquisa:
Estromatólitos: Estromatólitos são estruturas rochosas em camadas formadas pela atividade de microrganismos, especialmente cianobactérias. Esses fósseis remontam a mais de 3 bilhões de anos atrás e fornecem evidências de vida primitiva. Estromatólitos modernos também podem ser encontrados em ambientes como lagos salgados e recifes de coral, fornecendo uma conexão entre a vida antiga e os ecossistemas atuais.
Microfósseis: Microfósseis são fósseis de organismos microscópicos, como bactérias, algas unicelulares e protozoários. Esses fósseis são preservados em sedimentos e rochas antigas e podem fornecer informações valiosas sobre a diversidade e a morfologia dos primeiros organismos. Por exemplo, microfósseis de organismos chamados foraminíferos são usados como indicadores de idade e paleoambientes em estudos geológicos.
Biomarcadores: Biomarcadores são moléculas orgânicas preservadas em rochas antigas que podem fornecer informações sobre a vida primitiva. Essas moléculas incluem lipídios, pigmentos e outras substâncias químicas produzidas por organismos vivos. A presença de biomarcadores específicos, como esteróis, carotenoides e lipídios de membrana, pode indicar a existência de certos grupos de organismos e até mesmo fornecer pistas sobre seu metabolismo e ambiente.
Isótopos estáveis: A análise de isótopos estáveis em rochas e minerais também pode fornecer informações sobre a vida antiga. Isótopos estáveis de elementos como carbono, nitrogênio, hidrogênio e oxigênio são usados para investigar processos biogeoquímicos, ciclos de nutrientes e interações entre organismos e ambiente. Por exemplo, a proporção de isótopos de carbono em carbonatos (como calcário) pode indicar a presença de organismos fotossintetizantes.
Essas evidências, combinadas com dados geológicos e químicos, ajudam os cientistas a reconstruir as características dos primeiros organismos, seus ambientes e as interações entre eles. No entanto, é importante lembrar que a preservação de fósseis e vestígios de vida antiga é um processo raro, e muitas formas de vida primitiva podem não ter deixado fósseis facilmente identificáveis. Portanto, nosso entendimento da vida antiga é baseado em uma amostra limitada e sujeito a revisões à medida que novas descobertas são feitas.
Metabolismo pré-biótico
A investigação do metabolismo pré-biótico busca compreender as reações químicas complexas que podem ter ocorrido antes do surgimento da vida e como essas reações podem ter levado à formação de sistemas metabólicos rudimentares. Embora os detalhes exatos ainda sejam objeto de pesquisa, existem algumas teorias e experimentos que fornecem insights sobre esse processo. Vou apresentar algumas abordagens e conceitos importantes nessa área:
Química orgânica em ambientes pré-bióticos: As condições da Terra primitiva, como a presença de gases atmosféricos, descargas elétricas, fontes de energia e compostos químicos, podem ter proporcionado um ambiente propício para a formação de reações químicas complexas. Experimentos, como o Experimento de Miller-Urey que mencionamos anteriormente, demonstraram que a combinação de gases e energia pode resultar na formação de moléculas orgânicas simples, incluindo aminoácidos e açúcares. Essas moléculas podem ter sido os blocos de construção dos sistemas metabólicos rudimentares.
Auto-organização e autocatálise: Uma característica-chave do metabolismo pré-biótico é a capacidade de moléculas se auto-organizarem e catalisarem suas próprias reações. A auto-organização refere-se à capacidade das moléculas de se organizarem em estruturas complexas, como agregados e compartimentos, que podem facilitar reações químicas específicas. A autocatálise é a capacidade de uma molécula catalisar sua própria formação a partir de reagentes simples. Esses processos podem ter levado ao desenvolvimento de sistemas autorreplicantes primitivos.
Ciclos de reações e sistemas metabólicos: Teorias recentes propõem que os sistemas metabólicos primitivos podem ter surgido por meio de ciclos de reações químicas autocatalíticas. Esses ciclos de reações podem ter fornecido uma base para o metabolismo rudimentar, permitindo a geração e utilização de energia química e a produção de moléculas essenciais para o crescimento e a reprodução. Exemplos de ciclos de reações propostos incluem o Ciclo de Formose, o Ciclo de Ácido Cítrico Modificado e o Ciclo do Acetileno.
Seleção química: À medida que as reações químicas complexas ocorriam, a seleção química poderia ter desempenhado um papel importante na evolução dos sistemas metabólicos pré-bióticos. Moléculas que eram mais eficientes na geração de energia ou na produção de componentes essenciais teriam vantagem, aumentando sua presença na população química. Com o tempo, essas populações químicas poderiam ter se tornado mais complexas e sofisticadas, representando os primeiros passos em direção à vida.
Hipóteses alternativas
Além das hipóteses mencionadas anteriormente, existem outras teorias e hipóteses sobre a origem da vida que oferecem perspectivas alternativas. Vou apresentar duas delas: a panspermia e a teoria dos mundos de gelo.
Panspermia: A panspermia é a hipótese de que a vida pode ter se originado em outro local do universo e chegado à Terra por meio de microrganismos ou material genético transportado por asteroides, cometas ou poeira espacial. Segundo essa teoria, a vida poderia ter surgido em um ambiente favorável em outro planeta ou lua e depois sido disseminada pelo espaço através de impactos e colisões cósmicas. Quando esses corpos extraterrestres atingem a Terra, podem liberar os microrganismos ou materiais genéticos, que então poderiam ter dado origem à vida aqui. Embora a panspermia não explique como a vida surgiu em primeiro lugar, ela sugere que os blocos de construção da vida podem ser disseminados pelo cosmos, aumentando as chances de vida em outros planetas.
Teoria dos mundos de gelo: A teoria dos mundos de gelo propõe que a vida pode ter surgido em ambientes gelados, como luas de planetas gigantes gasosos, como Europa (lua de Júpiter) e Encélado (lua de Saturno). Esses corpos celestes têm oceanos subterrâneos sob suas camadas de gelo, e esses oceanos podem abrigar condições adequadas para a vida. Acredita-se que esses oceanos sejam mantidos em estado líquido devido ao calor interno gerado por interações gravitacionais entre a lua e o planeta. A teoria sugere que, nessas luas, as reações químicas e as condições favoráveis à vida podem ter se desenvolvido independentemente da Terra, oferecendo a possibilidade de formas de vida diferentes das encontradas aqui.
É importante ressaltar que a panspermia e a teoria dos mundos de gelo são especulações científicas e ainda não foram comprovadas definitivamente. São hipóteses que ampliam nossa compreensão da diversidade e das possibilidades da vida no universo, mas requerem evidências adicionais para serem confirmadas.
A pesquisa contínua na área da origem da vida busca examinar essas teorias e hipóteses, bem como outras abordagens, para obter uma compreensão mais completa de como a vida surgiu e evoluiu em nosso planeta e, potencialmente, em outros locais do universo.
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Aqui está uma lista contextualizada e de múltipla escolha com 10 questões relacionadas aos tópicos que você sugeriu sobre a origem da vida:
1. Qual foi a conclusão principal do experimento de Miller-Urey?
a) A formação de aminoácidos a partir de reações químicas simulando as condições pré-bióticas.
b) A prova definitiva da teoria da biogênese.
c) A existência de organismos vivos preexistentes na Terra primitiva.
d) A confirmação da hipótese do mundo de RNA.
2. A abiogênese refere-se à ideia de que:
a) A vida se origina apenas a partir de organismos vivos preexistentes.
b) A vida pode surgir espontaneamente a partir de matéria não viva.
c) A formação de aminoácidos ocorre em condições pré-bióticas.
d) A vida primitiva era baseada em moléculas de RNA.
3. Quais são alguns dos compostos orgânicos simples encontrados nas condições pré-bióticas?
a) Aminoácidos e nucleotídeos.
b) DNA e proteínas.
c) Carboidratos e lipídios.
d) Minerais e rochas.
4. A hipótese do mundo de RNA sugere que:
a) A vida primitiva era baseada em moléculas de RNA autorreplicantes.
b) A vida se originou a partir de microrganismos vindos do espaço.
c) As condições pré-bióticas eram ideais para a formação de compostos orgânicos complexos.
d) A atmosfera primitiva continha gases tóxicos para a vida.
5. Qual das teorias a seguir propõe que os primeiros seres vivos surgiram a partir de sistemas autorreplicantes?
a) Evolução química.
b) Panspermia.
c) Hipótese do mundo de RNA.
d) Teoria dos mundos de gelo.
6. Quais são os fósseis comumente estudados para entender a vida primitiva?
a) Estromatólitos e microfósseis.
b) Dinossauros e mamíferos antigos.
c) Fósseis de plantas e insetos.
d) Espécies extintas de aves e répteis.
7. O que são biomarcadores?
a) Moléculas orgânicas complexas encontradas em rochas antigas que indicam a presença de vida.
b) Vestígios fossilizados de animais primitivos.
c) Restos de vegetação preservados em âmbar.
d) Fósseis de organismos marinhos.
8. O metabolismo pré-biótico refere-se a:
a) Reações químicas complexas que ocorreram antes do surgimento da vida.
b) A atividade metabólica de organismos vivos preexistentes.
c) A produção de energia a partir da fotossíntese.
d) O processo de decomposição de matéria orgânica.
9. A teoria da panspermia propõe que:
a) A vida na Terra pode ter se originado a partir de microrganismos vindos do espaço.
b) A vida pode surgir espontaneamente em condições pré-bióticas.
c) Os primeiros organismos eram base
d) A vida primitiva era baseada em moléculas de RNA autorreplicantes.
10. A teoria dos mundos de gelo sugere que:
a) A vida primitiva se originou em regiões geladas do planeta.
b) A formação de aminoácidos ocorreu em oceanos primitivos.
c) A atmosfera da Terra primitiva continha gases essenciais para a origem da vida.
d) Microrganismos vindos do espaço colonizaram a Terra e deram origem à vida.
GABARITO E COMENTÁRIOS:
1. a) A formação de aminoácidos a partir de reações químicas simulando as condições pré-bióticas.
2. b) A vida pode surgir espontaneamente a partir de matéria não viva.
3. a) Aminoácidos e nucleotídeos.
4. a) A vida primitiva era baseada em moléculas de RNA autorreplicantes.
5. a) Evolução química.
6. a) Estromatólitos e microfósseis.
7. a) Moléculas orgânicas complexas encontradas em rochas antigas que indicam a presença de vida.
8. a) Reações químicas complexas que ocorreram antes do surgimento da vida.
9. a) A vida na Terra pode ter se originado a partir de microrganismos vindos do espaço.
10. d) Microrganismos vindos do espaço colonizaram a Terra e deram origem à vida.
O motivo das respostas corretas:
1. A resposta correta é a alternativa a) "A formação de aminoácidos a partir de reações químicas simulando as condições pré-bióticas." O experimento de Miller-Urey simulou as condições químicas da Terra primitiva e demonstrou que reações químicas simples podem levar à formação de aminoácidos, que são os blocos de construção das proteínas.
2. A resposta correta é a alternativa b) "A vida pode surgir espontaneamente a partir de matéria não viva." A abiogênese é a ideia de que a vida pode surgir espontaneamente a partir de matéria não viva, enquanto a biogênese defende que a vida se origina apenas a partir de organismos vivos preexistentes.
3. A resposta correta é a alternativa a) "Aminoácidos e nucleotídeos." Esses são alguns dos compostos orgânicos simples encontrados nas condições pré-bióticas, como no experimento de Miller-Urey.
4. A resposta correta é a alternativa a) "A vida primitiva era baseada em moléculas de RNA autorreplicantes." A hipótese do mundo de RNA propõe que a vida primitiva era baseada em moléculas de RNA que poderiam se autorreplicar, desempenhando tanto funções genéticas quanto catalíticas.
5. A resposta correta é a alternativa a) "Evolução química." A evolução química é uma teoria que sugere que os primeiros seres vivos surgiram a partir de sistemas autorreplicantes que gradualmente se tornaram mais complexos e deram origem à vida como a conhecemos.
6. A resposta correta é a alternativa a) "Estromatólitos e microfósseis." Estromatólitos e microfósseis são fósseis comumente estudados para entender a vida primitiva, pois preservam estruturas microscópicas e formações rochosas antigas que indicam a presença de organismos primitivos.
7. A resposta correta é a alternativa a) "Moléculas orgânicas complexas encontradas em rochas antigas que indicam a presença de vida." Biomarcadores são moléculas orgânicas complexas encontradas em rochas antigas que indicam a presença de vida, como lipídios preservados ou assinaturas químicas específicas.
8. A resposta correta é a alternativa a) "Reações químicas complexas que ocorreram antes do surgimento da vida." O metabolismo pré-biótico refere-se às reações químicas complexas que ocorreram antes do surgimento da vida, envolvendo a produção e utilização de energia.
9. A resposta correta é a alternativa a) "A vida na Terra pode ter se originado a partir de microrganismos vindos do espaço." A teoria da panspermia propõe que a vida na Terra pode ter se originado a partir de microrganismos presentes em outros planetas ou corpos celestes, que foram trazidos para cá por meio de impactos de meteoritos ou outros eventos.
10. A resposta correta é a alternativa d) "Microrganismos